O mês de maio, sobretudo neste ano de 2018, é um momento especial para todos aqueles que lutam por uma sociedade mais justa e igualitária. É neste mês, logo no primeiro dia, que a classe trabalhadora celebra o seu dia, rememorando os mártires do passado e construindo as lutas do presente por melhores condições de trabalho e contra os cortes aos seus direitos historicamente conquistados. Celebra-se, especialmente, um 1º de Maio histórico, o de 1968, na Praça da Sé, em São Paulo. Naquele dia, o movimento operário protagonizou o episódio que marcou a luta da classe trabalhadora contra o regime civil-militar, instaurado em 1964. Sob vaias e uma verdadeira chuva de paus e pedras, o então governador de São Paulo, Abreu Sodré, hostilizado, refugiou-se na catedral; as lideranças operárias tomaram o palanque e fizeram valer, por meio de discursos bastante radicalizados, as comemorações do dia do trabalhador.

No mesmo mês e no mesmo ano, inicialmente na França, mas depois também em outras partes do mundo, os movimentos estudantil e operário deram os braços e forjaram um momento ímpar na história recente das lutas sociais. Em 2018 comemoramos os 50 anos daquele maio de 68, que espalharou pelas ruas da capital francesa barricadas que física e simbolicamente separavam a sociedade entre aqueles que procuravam construir um novo mundo, erguido sobre novas bases, solidárias, fraternas e sem a exploração de classes, e aqueles que defendiam a manutenção de um sistema de opressão baseado na acumulação de capital a todo e qualquer custo.

É também em maio de 2018, que todos os setores combativos da esquerda mundial celebram o segundo centenário daquela figura que, por meio de sua obra teórica e de sua prática política influenciou e continua a influenciar a classe trabalhadora de todo o mundo e as suas revoltas e revoluções. Nascido em 5 de maio de 1818, Karl Marx, filósofo, economista, jornalista e, acima de tudo, revolucionário, deixou um legado teórico e prático que permanece tão atual quanto nos séculos 19 e 20.

Esses são alguns dos motivos pelos quais o Instituto Astrojildo Pereira – IAP escolheu o mês de maio para relançar o seu site e inaugurar uma nova fase da entidade que procura se renovar e manter-se atuante na defesa da preservação da história e da memória do movimento operário, dos movimentos sociais e da luta pela defesa dos direitos humanos.
Fundado em 1992, como instrumento institucional responsável pela propriedade e administração do Archivio Storico Del Movimento Operario Brasiliano – ASMOB, o IAP vivenciou diversas transformações e acompanhou a dinâmica da realidade social, política e econômica na qual se inscreve e hoje assume, mais uma vez, a responsabilidade de preservar e divulgar a memória das lutas sociais travadas pela classe trabalhadora. Nesse sentido, associando o resgate da memória do movimento operário aos debates contemporâneos de temas pertinentes à classe trabalhadora, o IAP também busca promover a formação política voltada, sobretudo, às parcelas da população mais afetadas pela perversidade da lógica do capital.
Para tal esforço, a parceria estabelecida pelo convênio de guarda e custódia do ASMOB com a Universidade Estadual Paulista, por meio do Centro de Documentação e Memória – CEDEM, é fundamental para a continuidade e amplificação destas atividades de preservação e divulgação da memória das lutas sociais da classe trabalhadora.
Sejam bem-vindas e bem-vindos ao novo site do IAP!
Aproveitem e divulguem!